(Foto: Alexandre Dornelas)

Daniela é cofundadora, ao lado da professora da Faculdade de Comunicação Cláudia Lahni, do Grupo de Estudos e Pesquisas Educação, Comunicação e Feminismos Flores Raras (Foto: Alexandre Dornelas)

A Cátedra Unesco Diversidade Cultural, Gênero e Fronteiras convidou a professora da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Daniela Auad, para fazer parte de seu quadro de representantes. Sediada na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Grosso do Sul, é um espaço interdisciplinar criado para ampliar o significado do tema “Diversidade cultural, gênero e fronteiras”, por meio de diversas atividades acadêmicas, envolvendo as áreas de Ciências Humanas e Sociais. E tem, como missão, colocar em ação as metas do Marco Estratégico da Unesco no Brasil, especialmente aquelas voltadas para as temáticas em questão.

“Para uma indicação como essa, você precisa ter tido o reconhecimento da sua área, por um grupo de pesquisadores, de que você tem uma expertise de saber específico e uma atuação na academia, na universidade e em outros espaços, como movimentos sociais e várias esferas da sociedade, na temática de diversidade cultural, relações de gênero e fronteiras. Tenho produções que se relacionam com essas temáticas de diferentes formas; isso se traduz no reconhecimento da minha produção bibliográfica, das coisas que produzo, do modo com que eu milito na Universidade e fora dela.”

Daniela Auad - professora da Faced Foto Alexandre Dornelas

“Espero que trabalhemos mais a perspectiva do feminismo interseccional – que já trabalhamos -, mas numa concepção de fronteiras, não apenas as geográficas, mas as identitárias, que acabamos por transitar nelas” (Foto: Alexandre Dornelas)

Como objetivo geral de longo prazo, a Cátedra Unesco visa contribuir para o aprofundamento de estudos sobre as relações interculturais situadas nas fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, de maneira especial as verificadas entre populações indígenas, quilombolas e camponesas. De acordo com a pesquisadora, trata-se de uma oportunidade para promover a valorização da identidade cultural dos povos latino-americanos. “A perspectiva da fronteira também te coloca a pensar a América Latina e os países que estão no nosso entorno. Sair do olhar eurocentrado, sair do olhar imperialista dos estudos anglosaxãos e, então, ler, conhecer e pesar a realidade a partir de autoras que representam, por exemplo, a perspectiva da mestiçagem, como a Gloria Anzaldúa e a María Lugones. Continuar aprofundando o feminismo do qual temos muita aproximação, que é o femininsmo igualitário, a partir de Simone de Beauvoir, mas, sobretudo, fazer uma leitura local dos feminismos da América Latina, que muito mais nos cabe do que o feminismo francês”.

Daniela é cofundadora, ao lado da professora da Faculdade de Comunicação (Facom) da UFJF, Cláudia Lahni, do Grupo de Estudos e Pesquisas Educação, Comunicação e Feminismos Flores Raras, e ressalta a importância do convite recebido da Unesco para o amadurecimento do grupo “Espero que trabalhemos mais a perspectiva do feminismo interseccional – que já trabalhamos -, mas numa concepção de fronteiras, não apenas as geográficas, mas as identitárias, que acabamos por transitar nelas. Estar numa cátedra te permite todas essas capilarizações em torno de um debate, tanto mais amplo, quanto aprofundado, nas pesquisas que já fazemos aqui e permite que a UFJF se coloque nacionalmente como uma universidade que abriga um grupo de pesquisa que tem este tipo de debate.”