A Educação de Jovens e Adultos do C. A. João XXIII e o Núcleo de Estudos em Agroecologia Ewé, realizaram, em parceria, um projeto de trabalho coletivo pedagógico na quinta-feira (04/04) , denominado “Saberes ancestrais e mundo contemporâneo: tecendo diálogos”. A iniciativa de realização deste projeto partiu do ex-bolsista de Geografia,  Marcelo Machado, que contou com o apoio dos professores  Leonardo Carneiro, Janaina Garcia e Frederico Crochet no processo de organização do mesmo.

O evento privilegiou o conhecimento tradicional,  sendo desenvolvidas as seguintes  atividades: demonstração de utilização do forno de cupim para assar pães de queijo e broas; oficina  sobre cultivo de hortas urbanas; oficina sobre plantas ancestrais não convencionais (PANC’s) e medicinais; e oficina de tratamento de bambu para bioconstrução. Logo após, foi servido um lanche para os participantes do evento com alimentos tradicionais na culinária mineira (broa, café, pão de queijo, dentre outras opções). O evento foi finalizado com uma vivência de danças circulares, nas quais foram dançadas músicas brasileiras que são bastante populares na atualidade; essa atividade foi desenvolvida pelo Coletivo de Educação Física da EJA (professores orientadores e bolsistas).  De acordo com a professora Janaina,  foi uma oportunidade ímpar para celebrar “a alegria de estarmos reunidos num momento tão especial, que mobilizou várias pessoas para que acontecesse com brilhantismo e que realmente tocasse os estudantes da EJA de forma significativa”.

Para o idealizador do projeto , Marcelo Machado,  a motivação é pensar  formatos de aulas que consigam repassar a maior quantidade de saberes conteúdos em tempo reduzido, para os alunos da EJA.”Assim é possível abrir espaço dentro da Universidade para o conhecimento tradicional em complemento ao conhecimento científico”, conclui.

A diretora Eliete Verbena destaca a relevância do projeto em relação à vivência e à produção de conhecimento. “O projeto proporciona o contato com outras culturas e com temáticas referentes aos saberes tradicionais, muitas vezes relacionados com a vida cotidiana dos alunos e seus saberes, além de inseri-los em outros espaços da Universidade”.

A temática fortalece o saber tradicional quilombola e revive o orgulho ao reconectar os alunos às raízes culturais.  Segundo o coordenador da EJA no João XIII,  Frederico Crochet  “O projeto desenvolvido traz luz a várias questões desenvolvidas no cotidiano da EJA. A valorização do saber popular de nossos povos faz um paralelo com o saber de nossos alunos. Todos eles tem algo a nos ensinar e esse saber cultural precisa ser valorizado para que eles entendam que não existe uma hierarquia entre os saberes.”

O professor  Leonardo comenta que falar sobre a cultura quilombola contribui para fortalecer a territorialidade  e direitos desses povos . Além de transformar nossa visão de mundo através do conhecimento.” O projeto é importante para mostrar a diversidade de conhecimentos trabalhados pela universidade . Recebemos os alunos do João XXIII com alegria e buscamos  mostrar que eles são parte da universidade”,conclui.

A professora Janaina ressaltou que o evento foi um sucesso, revelando-se como um disparador para outras ações futuras no contexto do projeto coletivo de trabalho pedagógico. “A nossa EJA deseja isso e muito mais”, registra a professora