Trabalhar a identidade brasileira nos esportes e promover uma educação intercultural foi a proposta da professora de educação física, Cátia Duarte, no V Seminário Nacional Corpo e Cultura(SNCC).

 O evento é organizado pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte(CBCE) e reúne grupos de estudos que produzem conhecimento com o foco no corpo e na cultura.

 Cátia apresentou o projeto desenvolvido com os 3º s anos do Ensino Médio do João XXIII, que trabalha o ensino de práticas culturais fundantes do Brasil. Seu objetivo é promover uma educação que oferece voz e se abre para conhecer outras realidades. “Em minhas aulas , tento apropriar os alunos de conhecimento intercultural para que eles dialoguem com outras culturas no mesmo nível”, comenta.

 No processo didático, Duarte explica que primeiro analisa o conhecimento da turma sobre esportes de origem brasileira para depois mostrar outros jogos. “Geralmente os alunos já conhecem a peteca e o cabo de guerra. Trabalhamos todos os princípios desses esportes para depois apresentar os de outra cultura como, por exemplo, o vôlei. É uma troca que visa ampliar o conhecimento de mundo do aluno, destaca”.

 As diversas formas de expressar o corpo em festa e  a experiência resultante do intercâmbio feito entre o João XXIII e a  escola dinamarquesa Mariagerfjord Gymnasium também foram apresentadas. “Os alunos tinham um preconceito em jogar peteca. Mas a partir do momento que eles entenderam a origem do esporte e viram que os dinamarqueses apreciaram, eles começaram a ter mais orgulho de suas raízes. Festa significa trocar experiências culturais . Ver os alunos compreenderem sua história local, se apropriando e mudando de comportamento e discurso em relação à sua cultura é uma festa”, explica.

 A professora de sociologia do João XXIII, Giselle Moreira, também esteve presente no evento. Em sua palestra, falou sobre os valores sociais e culturais que definem um modelo estético de cabelo. “Existe a valorização do cabelo liso e loiro que é associado às pessoas brancas. O cabelo negro é considerado ‘ruim’ e vem marcado por preconceitos. Devemos combater qualquer padrão estético que diminua uma cultura em detrimento de outra”, afirma.

 Neste ano, o Seminário Corpo e Cultura recebeu pesquisadores internacionais pela primeira vez e promoveu apresentações de trabalhos, rodas de conversa ,oficinas e atrações culturais como rodas de capoeira e samba. O evento ocorreu entre os dias 30 de agosto e 01 de setembro, em Salvador(BA).

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Alunas apresentam jogos de origem indígena e quilombola

 

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Professora Cátia ministrando a palestra sobre esportes de origem nacional, que apresentam origem indígena.