Na última etapa de atividades presenciais do PNAIC, os professores tiveram a oportunidade de ampliar conhecimentos culturais e compartilhar experiências e informações adquiridas durante a formação.

Durante a manhã de sexta-feira (18/05), professores da educação infantil se reuniram próximo ao jardim sensorial para participar de dinâmicas que envolviam contações de histórias, rodas de música e leitura. Um dos destaques foi a estação “Árvore Literária”, uma atividade que propiciou aos participantes uma experiência diferenciada com o mundo literário a partir de livros espalhados no meio de árvores, que podiam ser lidos ao ar livre.

De acordo com a Formadora Estadual da Educação Infantil, Víviam Carvalho de Araújo, o objetivo foi ampliar a experiência cultural e estética das professoras, sensibilizando-as, através de vivências práticas e significativas, para a importância desse trabalho com os bebês e crianças pequenas. “Escolhemos fazer esse momento no bosque da reitoria, próximo ao Jardim sensorial, por ser um local aberto e de contato com a natureza. Esse momento também propiciou que as professoras formadoras de diversos municípios da região, pudessem conhecer nossa Universidade Federal”, relata a professora.

Nelise Aparecida Marques de Castro afirma que participar das dinâmicas é algo mágico. Segundo ela, são novos jeitos de trabalhar, de propiciar para as crianças experiências. Toda criança tem um processo de aprendizagem, mas é obrigação do professor buscar novos conhecimentos para enriquecer a vivência escolar.

Na parte da tarde foi realizada a palestra “Currículo e avaliação na educação infantil”, ministrada pela professora Rita Coelho, analista em avaliação da Educação Infantil do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAED), no Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

A programação também contou com uma palestra sobre “PNAIC e PNME: desafios, e possibilidades” e “O trabalho com a Matemática”, para 60 professores do eixo PNME. A exposição foi dirigida pelas Formadoras Regionais Tatiane Gonçalves Moraes, Graciele Fernandes e Jane Souza que falaram sobre os princípios legais, finalidade do Programa Novo Mais Educação e como ele pode contribuir para a melhoria da aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática.

Segundo Tatiane, as professoras refletiram sobre o direito de aprender dos alunos, não um aprender mecânico, repetitivo, de fazer sem saber o que faz e porque faz. Muito menos um aprender que se esvazia em brincadeiras. Mas, um aprender significativo, no qual o aluno participe do processo de construção do conhecimento matemático.

As professoras trouxeram também à cena a relação do desempenho dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática com o índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e os impactos da Base Nacional Comum Curricular para o Ensino de Matemática.

À tarde, foi realizada uma oficina de Matemática com participação, também, dos professores Sérgio Corrêa e Alexandre Jenevain, para as formadoras locais participantes do projeto. Elas tiveram a oportunidade de verificar na prática como a matemática estabelece um diálogo entre artes e literatura. Foi uma oficina regada de poesia e dobraduras de papel, cujo objetivo foi apresentar como desenvolver habilidades relativas ao campo numérico, geométrico e de grandezas e medidas.

Os professores do Ensino Fundamental, que dão aula do primeiro ao terceiro ano, compareceram, no dia 18 de maio, à palestra “O trabalho com a Língua Portuguesa no bloco de alfabetização na perspectiva da Base Curricular Nacional Comum”, com a professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Hilda Micarello. A programação do dia também contou com a palestra “A palavra encantada – Formando leitores e autores”, ministrada pela professora Andrea Serpa, da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Instituto de Ciências Humanas (ICH).

A coordenadora de formação e professora do Colégio de Aplicação João XXIII, Rita de Cássia Araújo, ressalta a importância da alfabetização e das experiências com a leitura e escrita para bebês e crianças pequenas como processo continuado. “O PNAIC 2017/2018 foi a primeira edição do programa a contemplar os três eixos de formação – EI, EF e PNME, o que foi para nós um enorme desafio.

A professora afirma que o objetivo da formação foi mostrar que é possível promover atividades interativas que propiciem experiências e aprendizagens que as crianças e adolescentes levem para sua vida. “Unir educação infantil com ensino fundamental foi uma forma de mostrar como o processo de aprendizagem da leitura e da escrita começa muito cedo.”

Toda a política de formação inicial e continuada de professores está a cargo da Pró Reitoria de Graduação de modo que o PNAIC é um programa importante para a UFJF, um programa que contribui com formação docente. “A parceria da Prograd com docentes e gestão do Colégio João XXIII é fundamental para o fortalecimento das licenciaturas na universidade”, afirma o pró-Reitor adjunto de graduação, professor Cassiano Caon Amorim.

No sábado (19/05), o grupo de formadoras da educação infantil se reuniu no Colégio de Aplicação João XXIII para discutir sobre leitura e escrita e currículo e avaliação. Além disso, também desenvolveram uma proposta de tertúlia, que teve como tema disparador o trabalho com o livro “Indez”, de Bartolomeu Campos Queiróz, que aborda memórias de infância do autor. Os professores do Ensino Fundamental e PNME participaram de oficinas no Colégio de Aplicação João XXIII. De acordo com a Formadora Estadual, Andreia Bellotti, as oficinas focalizaram o Sistema de Escrita Alfabético e a Produção de textos, sendo uma oportunidade dos formadores vivenciarem possibilidades de trabalho com as crianças, a partir de jogos e brincadeiras, tendo como fundamentação os conteúdos trabalhados nos encontros anteriores.

Outro destaque foi a apresentação do espetáculo autoral “Velhos tempos de mim”, pelo grupo de teatro Caravana de Histórias. A equipe formada por professores da rede municipal apresentou músicas, poesias e histórias de infância vividas pelos próprios integrantes do grupo ou que lhes foram contadas.

Cristiano Fernandes, professor do curso de teatro “Leitura e Contação de Histórias” e diretor do espetáculo, estuda e trabalha a arte na educação. Ele ressalta a importância de apresentar o espetáculo para os formadores, já que a equipe “percebe, na prática, que novos horizontes são abertos quando aprendemos coisas através de histórias. Dessa forma conseguimos nos ver, enxergar o outro, o mundo e partilhar novas vivências,” conclui.

O PNAIC é um programa do governo federal que promove a alfabetização como um processo continuado, tendo sido dividido, nesta edição 2017/2018 em três eixos: Educação Infantil, Ensino Fundamental do primeiro ao terceiro ano e Programa Novo Mais Educação (PNME), dedicado aos alunos com defasagem na aprendizagem.

 

Para saber mais, acesse: http://pacto.mec.gov.br/index.php