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Passagens em rede

 

Título: Passagens em rede: a dinâmica das galerias comerciais e dos calçadões nos centros de Juiz de Fora e de Buenos Aires

Autor: Frederico Braida

Editoras: FUNALFA; Ed. UFJF

Cidade: Juiz de Fora

Ano: 2011

ISBN: 978-85-7878-059-3 (Funalfa) | 978-85-7672-122-2 (UFJF)

 

Comentários sobre o livro:

“A abordagem escolhida por Frederico é semelhante à de Calvino e Benjamin, tornando sua pesquisa atraente para um público mais amplo do que o acadêmico”. José Ripper Kós (Prof. Dr. UFSC)

 

“A primeira grande contribuição do livro vem, portanto, no sentido de colaborar para diminuir a escassez de publicações na área da arquitetura e urbanismo relacionadas às atividades de comércio e serviços e seus edifícios (…)”.
 Heliiana Comin Vargas (Profa. Dra. USP)

 

“A pesquisa oferece ao leitor um panorama metodologicamente atual, onde entre o público e o privado das ruas de pedestres e dos edifícios-galerias ocorre uma ambiência capaz de mostrar valores de um aglomerado humano e da maneira como vivem”.
José Gustavo Francis Abdalla (Prof. Dr. UFJF)

 

 

Resumo:

O livro é resultado de três anos de pesquisa, desenvolvida entre 2006 e 2008, no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A pesquisa foi financiada tanto por agência de fomento à pesquisa nacional (CAPES) quanto por um programa internacional de mobilidade de pesquisadores (Programa Alfa, da União Europeia). Além das consultas em acervos e bibliotecas em Juiz de Fora, Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil), parte da pesquisa desenvolveu-se em Buenos Aires e em Mar del Plata (Argentina) e, também, em Santiago (Chile).
O autor, nascido em Juiz de Fora, criado no centro da cidade e graduado em Arquitetura e Urbanismo-UFJF, onde hoje atua como professor adjunto, teve por objeto de pesquisa a dinâmica espaço-temporal das galerias comerciais, dos calçadões e dos corpos em movimento — conjunto por ele denominado de passagens em redes — que fizeram parte da sua formação enquanto um sujeito urbano e participaram das suas primeiras ideias sobre a cidade. A realização da pesquisa foi um reencontro com as suas memórias da infância à luz da consciência acadêmica.

A inspiração inicial para a pesquisa foi o conjunto formado pelas galerias comerciais e pelos calçadões dos centros de Juiz de Fora. Essa trama de configuração labiríntica sempre despertou a curiosidade no pesquisador, por se tratar de uma espacialidade notadamente reconhecida como um ícone da cidade. Recentemente, as galerias do centro de Juiz de Fora têm atraído a atenção de pesquisadores. No entanto, ao contrário daqueles que têm apontado tal configuração como excepcional, nesta pesquisa adotou-se uma postura que buscou investigar as galerias juiz-foranas levando-se em conta sua contextualização no cenário latino-americano, dentro do recorte temporal que vai desde o início do século XX até os dias de hoje. E, na tentativa de compreender a dinâmica das galerias e dos calçadões do centro de Juiz de Fora, a partir de um recorte mais amplo, buscou-se no centro de Buenos Aires (caso este que também, por vezes, tem sido tratado como excepcional) um contraponto para a referida investigação, um outro exemplo bem-sucedido de articulação das galerias com calçadões dentro do recorte espaço-temporal adotado na pesquisa.

A configuração das passagens em rede do centro de Buenos Aires se parece com a de Juiz de Fora e, guardadas as devidas proporções, com a dos centros de outras cidades latino-americanas como, por exemplo, com a do Centro Novo de São Paulo, do centro de Santiago do Chile, de Córdoba e de Montevidéu. No entanto, os centros de Juiz de Fora e de Buenos Aires se aproximam intimamente pelo fato de serem marcados com um importante calçadão fisicamente conectado a diversas galerias comerciais. Ambos os centros possuem vida, são agitados; são labirintos e redes. Por isso que, ao lançarmos nosso olhar sobre a dinâmica das galerias e dos calçadões do centro de Buenos Aires, podemos refletir sobre a dinâmica das ruas de pedestres do centro de Juiz de Fora. Este nosso procedimento, de ordem metodológica, encontra eco naqueles adotados por Massimo Canevacci, em “A cidade polifônica”, quando investigou a cidade de São Paulo a partir de olhares lançados sobre Roma.

A rede física que as galerias comerciais conectadas aos calçadões criam no centro de uma cidade é fascinante. As pessoas que por elas circulam e se comunicam são tão fascinantes quanto a rede! Essa é a dinâmica das galerias e dos calçadões: gerar vitalidade e constituir uma centralidade! Extasiado diante a multidão, flanando pela Rua Florida, as imagens da Rua Halfeld insistiam em aflorar na minha mente. Fiquei me perguntando: o que leva as pessoas a estarem ali? O que leva à formação de uma rede como aquela no centro de uma cidade? O que está subjacente a essa rede e o que essa rede nos revela sobre a cidade e sobre os indivíduos? Foi a partir dessas indagações que, durante a pesquisa, aproximamo-nos de algumas respostas, as quais estão expostas ao longo do texto que agora almejamos publicar em formato de livro, a fim de democratizar as informações coletadas e os resultados da pesquisa, contribuindo para a valorização das galerias e dos calçadões como conjunto arquitetônico e urbanístico extremamente relevante para o centro de Juiz de Fora.

 

Como citar:

BRAIDA, Frederico. Passagens em rede: a dinâmica das galerias comerciais e dos calçadões nos centros de Juiz de Fora e de Buenos Aires. Juiz de Fora: FUNALFA; Ed. UFJF, 2011.