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Mesa redonda do ERECOM discute 1968 na Imprensa e na História

Paula Delgado e Leonor Goliatti

 

Nesta segunda-feira, 15, começou o XVI Encontro Regional de Comunicação e I Ciclo de Estudos do PPGCOM, com o tema 1968: Lembrar e Pensar. A programação vai até quarta-feira, 17, no período da manhã e da tarde com mesas redondas, apresentações de trabalhos e realização de oficinas.

A mesa redonda 1968: na Imprensa e na História deu início ao evento, discutindo como os meios de comunicação lidaram com a censura feita pelos militares e como estava o contexto político mundial naquele ano. Compuseram a mesa Marialva Barbosa (UFRJ), Fernando Perlatto (UFJF) e Fernanda Sanglard (UFMG), com mediação de Christina Musse (UFJF).

 

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Da esquerda para direita: Fernando Perlatto, Marialva Barbosa, Fernanda Slangard e Christina Musse

 

Marialva Barbosa, professora de Jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que a imprensa utilizava estratégias de críticas ao governo a partir de sarcasmos e ironias e que, para preencher as páginas dos jornais, precisam transformar a banalidade em extraordinariedade. 

 

https://youtu.be/p45deVW0RiI

 

Perlatto leciona História Contemporânea na Universidade Federal de Juiz de Fora e diz que 1968 não foi um ano historicamente importante apenas no Brasil. Em vários países aconteciam movimentos que marcaram gerações. Um exemplo, e o mais evidenciado, foi o Maio de 68 francês. Ele afirma que os pesquisadores precisam “romper com a visão eurocêntrica”, porque foi uma onda política mundial. Também explica que “os movimentos sociais que aconteceram não eram classistas. As lutas pelo reconhecimento cresceram em relação às de redistribuição”, em resposta e reação às repressões.

Segundo Fernanda Sanglard, pesquisadora da cobertura midiática no contexto da ditadura militar brasileira, a arte foi uma das principais armas para lutar contra a opressão e por isso era muito censurada e perseguida. Também diz que o atual crescimento da direita no mundo faz parte de um ciclo natural da busca do contentamento, mas que o apoio à ditadura no Brasil é uma consequência do esquecimento do nosso passado. “Como se diz na psicanálise, é o recalque”, que é o conceito de Freud que explica que reprimimos uma memória como um mecanismo de defesa para não enfrentarmos algo que nos fere.

 

 

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